Fundos de Investimento: o que são e quais os benefícios

Num momento de incerteza como aquele que estamos a viver, é natural que se sinta mais predisposto a poupar e a colocar a render as suas poupanças. Numa conjuntura de taxas de juro muito baixas, com as aplicações tradicionais (como os depósitos a prazo) a oferecer um retorno próximo de zero, a procura por outros produtos financeiros com maior potencial de rendibilidade tem vindo a aumentar.

Dos produtos mais conservadores de dívida pública como, por exemplo, os certificados de Aforro e os certificados do Tesouro, até aos mais expostos ao risco como, por exemplo, os produtos financeiros complexos (PFC), os Fundos de Investimento representam uma classe de produtos financeiros que oferece uma maior diversificação de investimento uma vez que ao investir num fundo de investimento, está a investir em diferentes tipos de ativos financeiros.

De toda a forma, é importante perceber que todos os investimentos comportam risco, e que quanto maior for o retorno esperado, maior será o risco associado a esse investimento. Por isso, é fundamental que se informe devidamente acerca de todas as caraterísticas dos produtos nos quais pretende investir e que conheça o seu perfil de investidor, pois a verdade é que nem todas as aplicações financeiras são adequadas a todos os investidores.

De qualquer forma, convém saber que os Fundos de Investimentos se regem pelo princípio da transparência, uma vez que estão sujeitos a apertada regulamentação e supervisão, são acessíveis a todas as pessoas que queiram começar a investir a partir de pequenos montantes ou que queiram valorizar as suas economias.

Vejamos, então, em detalhe, o que são Fundos de Investimento, como funcionam, como os pode subscrever e quais os seus principais benefícios.

O que são Fundos de Investimento?

Um Fundo de Investimento é um instrumento financeiro que capta dinheiro dos investidores com o objetivo de formar uma carteira de ativos para investimento.

É gerido por sociedades gestoras, sujeitas à supervisão do Banco de Portugal e da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que têm a responsabilidade de aplicar o dinheiro investido no Fundo, de forma a obter uma maior rendibilidade desse investimento.

Como funcionam?

A partir do momento em que investe num Fundo de Investimento, passa a ser titular de quotas-partes desse Fundo, as designadas Unidades de Participação (UP). O somatório das UP de cada investidor constitui o património global de um Fundo.

O valor de uma Unidade de Participação tem, por norma, cotações diárias, sendo que, na qualidade de investidor, pode acompanhá-las na página da CMVM ou em plataformas digitais associadas ao investimento.

As Unidades de Participação podem ser subscritas ou resgatadas diariamente.

Quanto aos custos de subscrição de um Fundo, devem ser analisados no prospeto ou documento informativo desse Fundo. O nosso conselho é que compare as comissões de subscrição, gestão e resgate que são cobradas, pois estes custos podem fazer a diferença na escolha de um Fundo em detrimento de outro.

Tipos de Fundos de Investimento

Existem vários tipos de Fundos adequados a diferentes perfis de risco, horizontes temporais e objetivos de rendibilidade.

Entre Fundos de Investimentos em Portugal ou no estrangeiro, destacamos os seguintes:

  • Fundos de Poupança-Reforma (PPR);
  • Fundos Monetários ou Tesouraria;
  • Fundos de Obrigações;
  • Fundos de Ações;
  • Fundos Mistos;
  • Fundos Especiais de Investimento  

Os benefícios associados à subscrição de um Fundo de Investimento

Em termos práticos, estes são os principais benefícios dos Fundos de Investimento:

1. Não exigem investimentos avultados, pois o objetivo é facilitar a entrada de novos investidores. Como referimos, pode participar num Fundo investindo montantes bastante simbólicos (que podem ser de 25€ até outros montantes mais elevados).

2. Oferecem uma rentabilidade elevada ou muito superior às aplicações tradicionais disponíveis no mercado. Recorde-se que a finalidade de um Fundo é pôr o seu dinheiro a render, para que possa obter proveitos superiores à taxa de inflação.

3. Transparência e segurança. Uma vez que são alvo de apertada regulamentação e supervisão, a constituição de um Fundo prevê um grande número de exigências que têm de ser cumpridas e que salvaguardam os interesses dos investidores.

4. Gestão por profissionais e acompanhamento fácil do investimento. Além de serem geridos por uma equipa de profissionais qualificados, com conhecimento e experiência no setor, os Fundos atualizam os seus valores de liquidez diariamente, por isso é relativamente fácil para si saber o valor real da sua participação.

5. Tributação favorável no caso dos Planos Poupança Reforma.

6. Diversificação do investimento. Os ativos dos Fundos são distribuídos por diferentes valores mobiliários, mercados e moedas, o que, regra geral, reduz o risco do investimento.

7. Funcionam com base numa economia de escala, tornando o investimento mais económico para os seus participantes. Isto porque, como resulta da união de esforços de vários investidores, reduzem-se os custos de transação ao mesmo tempo que se aumenta o capital necessário para investir.