Guia da Poupança: 10 perguntas e respostas para o ajudar a poupar

Desde o momento em que entramos na vida ativa, é fundamental criar um plano personalizado de poupança que nos permita enfrentar cada etapa das nossas vidas. Existem várias perguntas que nos surgem no momento em que decidimos começar a poupar, quer optemos pela constituição de uma conta poupança, de um depósito a prazo ou até de um plano poupança reforma (PPR). 

1. Que tipo de poupança é a mais indicada?

Antes de avançar para a constituição de uma poupança deve de ter em consideração uma regra que diz que devemos manter o mínimo possível de dinheiro à ordem. A partir daqui, pode começar a traçar os seus planos de poupança e investimento de acordo com os seus objetivos para rentabilizar o seu dinheiro. Tenha em conta que não deve colocar todo o seu capital disponível no mesmo produto. Se procura mais segurança, opte por contas poupança, já que têm capital garantido. Caso esteja disposto a arriscar para ter mais rentabilidade no futuro, talvez um PPR seja boa opção para si. Lembre-se, quanto maior a rentabilidade, por norma, maior é o risco de perda.

2. Vale a pena ter uma conta poupança ou um depósito a prazo?

As contas poupança são uma boa opção para quem está a construir gradualmente a sua poupança e pretende reforçá-la regularmente ou de forma programada. São também uma opção mais flexível, não sendo necessário comprometer-se com um prazo fixo para receber juros, já que estes são pagos por norma com uma regularidade trimestral ou semestral. Outro fator decisivo para a sua escolha é a possibilidade de mobilização do capital, que neste no caso da Conta Poupança Livre pode acontecer a qualquer altura sem perda total de juros.

Os depósitos a prazo, por outro lado, pressupõem a definição de um prazo de início e fim, após o qual receberá os juros da mesma. A poupança pode ser iniciada de forma simples e com montantes base relativamente baixos, ao contrário de outro tipo de soluções. São menos flexíveis que as contas poupança por não permitirem reforços.

Apesar das taxas de juro nestes casos poderem ser mais baixas do que noutros produtos financeiros, são investimentos seguros que não implicam perdas financeiras.

Procure saber qual o tipo de poupança que oferece as melhores condições para o seu caso. Fale com o seu banco caso tenha alguma dúvida por esclarecer.

3. Um Plano de Poupança Reforma é uma boa opção?

Os planos de poupança reforma (PPR), para além de lhe garantirem uma poupança, são dedutíveis até 20% no IRS e, no momento do seu reembolso, beneficiam de taxas de imposto mais reduzidas que outros produtos financeiros. Analise o seu orçamento mensal e defina um valor mediante os seus objetivos, para que possa reforçar todos os meses o seu PPR através de entregas programadas. 

4. Quando devo começar a pensar na reforma?

Deve começar a pensar no seu plano de poupança reforma (PPR) o quanto antes. Nunca é demasiado cedo para começar a poupar para uma fase tão importante das nossas vidas. De preferência, deve começar a fazer plano poupança reforma assim que começa a sua vida ativa. Deste modo, está a garantir um longo tempo de poupança e uma capitalização superior no rendimento do seu PPR.

5. É aconselhado fazer um orçamento familiar?

A resposta a esta pergunta é claramente: sim. Este é o primeiro passo no caminho da poupança. Recorra a uma folha de cálculo e coloque lá todas as despesas correntes e previstas para cada mês do ano. Seja rigoroso, todos os gastos devem ser tidos em conta, até os mais reduzidos. Vá analisando as entradas e saídas de dinheiro e a avalie a todo o momento a sua situação financeira. Ajuste o seu orçamento familiar e evite surpresas desagradáveis.

6. Para além destas soluções de poupança, que outras opções tenho para aplicar o meu dinheiro?

Para aplicar o seu dinheiro a longo prazo, não coloque todo o capital no mesmo produto. Diversifique e distribua o capital por várias soluções de poupança e, se estiver disposto a arriscar, considere soluções de investimento. Caso venha a necessitar de usar o dinheiro aplicado em contas poupança ou depósitos a prazo, analise de onde pode retirar o seu capital com a menor taxa de penalização. Deve sempre ter em consideração as suas entradas regulares de dinheiro e, assim, ajustar o seu plano pessoal de poupança.

7. Como posso rentabilizar o dinheiro que ponho de parte?

Os especialistas financeiros sugerem uma estratégia que passa por diversificar as suas opções de poupança, com depósitos a prazo, contas poupança e PPR. Deve de ter em atenção que algumas destas soluções não podem ser mobilizadas sem perda total de juros ou encargos de resgate, sobretudo nos primeiros meses. Nestes casos, se surgir alguma situação onde necessita de capital com urgência, pode não ser benéfico aceder a esse dinheiro. Deixe de parte numa conta poupança algum dinheiro que lhe permita fazer face a imprevistos. O ideal é investir num produto que lhe permita obter o dinheiro de forma rápida e sem penalizações.

8. Posso pôr de parte mais dinheiro num mês e gastar no mês seguinte?

Sim, é possível. No entanto, ao optar por um plano com poucas regras, este tornar-se-á mais difícil de gerir. Por muito pouco que consiga poupar, é sempre mais aconselhável guardar um pouco todos os meses do que iniciar com entregas mais elevadas no começo e depois passar vários meses sem poupar. A frequência de poupança é tão ou mais importante do que a quantia depositada na sua conta poupança.

9. E o que faço às dívidas que tenho?

Para conseguir poupar é importante eliminar todas as dívidas que tem para pagar. Comece por liquidar as dívidas, quer seja de forma imediata ou através de um plano de amortização, é fundamental eliminar todos os juros que possa estar a ter de suportar e que não lhe permitem poupar.

10. Qual deve ser o objetivo do meu investimento?

Ao responder a esta pergunta estará a determinar qual o período temporal para os seus investimentos. Poupar para ir de férias ou para dar início à compra de um carro tendem a ser investimentos a curto prazo. Logo, não irá querer que o seu dinheiro seja investido num PPR, com flutuações ou encargos e taxas de penalização

Para este tipo de necessidade, precisa de aceder facilmente às suas poupanças. Nestes casos, o indicado é, sem margem de dúvida, uma conta poupança ou um depósito a prazo de curta duração. Por outro lado, poupar para a reforma é um investimento a médio-longo prazo e, neste caso, a melhor opção é uma conta poupança reforma (PPR) que lhe ofereça o máximo de garantias de ter um bom fundo de poupança quando deixa de trabalhar.